Cantadas Literárias

Blog destinado à discussão da literatura em língua portuguesa.

Wednesday, January 24, 2007

POESIA E AÇÃO
"Llamemos «poesía», permítasenos, todas las formas de arte verbal, incluidas la del pregonero paraquien unas pocas monedas significan la vida, y la del manipulador retórico que siembra iconosmercadeables en el deseo de la masa cautiva para sacar ganancias máximas.Poesía sería la capacidad de hacer de una determinada realidad algo notable mediante el sentido, quees concepto, afecto e imagen o percepción. Esta acción se realiza por medio del lenguaje verbal. Lapoesía es la producción de sentido en el lenguaje.Todo florecimiento del lenguaje se corresponde con un florecimiento de la poesía... y con unflorecimiento de la realidad. La poesía de un lenguaje es lo que hace de una realidad (realidad de eselenguaje) una obra de arte.El nombre transmuta el objeto, y posibilita una nueva acción, es decir, una transformación. Poetizadala cosa, la creación envuelve la acción, bajo un concepto renovado, un afecto despertado, una percepciónrevivida, es decir, «sentido nuevo».El poeta: narrador, ensayista, dramaturgo, pregonero o publicista, es un hombre de acción, porque ellenguaje es una de las condiciones de posibilidad de toda acción. «Indigente» o «nómada», «buhonería»o «economía informal», «anciano» o «adulto mayor», «delincuente» o «resistente social», «patriota» o«terrorista» determinan un estatus dentro de lo real, y condicionan una acción posible."


Este texto, publicado no mais recente número da Revista Casa De Las Américas (CAPA ACIMA), de Cuba, é de autoria deJuan Antonio Arreaza. Segundo o autor, trata-se de uma homenagem a Rimbaud. E trata-se de um monumental equívoco, a meu ver.Não concordo plenamente com os três primeiros parágrafos do texto, embora neles haja uma visão clássica da poesia (mesclada com uma sutil visão utilitarista e pretensamente "revolucionária" do texto poético). Discordo totalmente, por isso, de seus pressupostos posteriores.Poesia não envolve ação, não tem como conseqüência o agir. O poeta não é ator e sim espectador. Sua trans-formação da realidade se dá apenas em nível verbal, de linguagem. Isso não implica necessariamente em transformação da realidade, tout court.O poeta, como Rimbaud durante a Comuna de Paris, pode se ver tentado a capturar as transformações do real, porém, sua verdadeira ação se dá ao transfigurar o sentido e a linguagem. Só assim sua arte será verdadeiramente revolucionária, como desejava Maiakovsky.No mais das vezes, essa transfiguração se dá de forma mínima, quase imperceptível ao leitor comum, no interior dos versos, na explosão de imagens e relações insuspeitadas - que só o poeta consegue flagrar. Em língua portuguesa temos o Pessoa, o Gullar de "A Luta Corporal" (um verdadeiro embate com a linguagem).Tentar dar um caráter utilitário à poesia ou ao poema é flertar diretamente com o fracasso.

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