Cantadas Literárias

Blog destinado à discussão da literatura em língua portuguesa.

Friday, January 19, 2007

E O POEMA FAZ-SE CONTRA O TEMPO E A CARNE

O verso acima é de autoria de um dos grandes da poesia portuguesa atual - Herberto Helder. Desse autor eu possuía apenas uma antologia em capa dura de 2001, editada pela Assírio & Alvim. Agora recebi uma edição completa, editada pela brasileira A Girafa, com o mesmo título Ou o poema contínuo.
Helder nasceu em 1930, na Ilha da Madeira, sendo conhecido como um dos introdutores do movimento surrealista em Portugal. Na verdade, não vejo o poeta como um surrealista. Sua poesia na verdade não cabe em rótulos. Apesar de usar uma imagética muito semelhante (na forma de construção) de outro gigante - Eugenio de Andrade -, as imagens de Helder são mais duras, pétreas. Eugênio é mais doce, possui uma relação mais suave com o mundo. De todo modo, vale a pena ler Herberto Helder e essa edição brasileira é realmente um "biscoito fino". Finíssimo.

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